sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Comportamento de crianças diante o sol

Por Dr. Marcelo Olivan


O Pedriatrics (http://pediatrics.aappublications.org/), jornal da Academia Americana de Pediatria, publicou um estudo recente com crianças e pré-adolescentes para verificar como se comportam diante do sol, se têm o hábito de cuidar da pele e usar protetor solar.

Pesquisadores entrevistaram 360 crianças em Massachusetts (EUA), quando elas tinham dez anos de idade, fazendo perguntas sobre se tinham sofrido uma queimadura no verão anterior, quantas horas costumam passar sob o sol, se gostam de se bronzear e se usam protetor solar. Eles acompanharam os participantes e após três anos, as crianças - já adolescentes, foram entrevistadas novamente e os resultados foram surpreendentes.

A queimadura solar permaneceu estável, latente na pele, em pouco mais de 50% dos participantes. Enquanto crianças, apenas 50% relataram o uso frequente do filtro solar sob o sol, por pelo menos seis horas. Entretanto, o uso do protetor, nas mesmas condições, caiu para 25% quando as crianças passaram a ser adolescentes.

O estudo mostra que as crianças que sofreram um incidente de queimaduras solares grande na infância correm duas vezes mais risco de desenvolver um melanoma mais tarde na vida. Aos dez anos, a participação dos pais é mais ativa, por isso o uso maior do filtro solar. Mas os pais ainda pecam em apenas incentivar as crianças a usarem o filtro solar e não explicam o por que de se proteger do sol. O número de pré-adolescentes que passam o tempo ao sol para ficar bronzeadas aumentou durante o período de três anos. Na adolescência, a vida ao ar livre e os bronzeados vistos na televisão e nos colegas se tornam mais importante do que o cuidado com a própria saúde.

O sol pode causar danos latentes à pele se não cuidada corretamente. Até chegar à adolescência, a criança se expõe demais à radiação solar, que tem ação cumulativa ao longo dos anos, afetando o DNA das células. Os pais e a sociedade devem provocar um alerta sobre os perigos com a pele nos jovens. A exposição à radiação do sol está associada ao desenvolvimento de câncer de pele mais tarde na vida, ou seja, é imprescindível o uso correto do protetor ainda quando pequenos. E a proteção da pele é o único meio de evitar futuramente a doença.

O autoexame é também uma medida preventiva para diagnosticar precocemente o câncer de pele. Todas as partes do corpo devem ser examinadas diante do espelho pelo e, ao avaliar sinais suspeitos na pele, como manchas, feridas que não cicatrizam, ou pintas de nascença que comecem a crescer ou a mudar de cor, o paciente deve procurar um médico especialista imediatamente e ser encaminhado para o tratamento correto. A cura é bem possível na maioria dos casos, principalmente quando há prevenção.

*Dr. Marcelo Olivan é membro do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e está diretamente envolvido com intervenções reparadores, como reconstrução e remoção de lesões causadas por câncer de pele e queimaduras. Mantém o portal www.cancerpele.com.br, que esclarece dúvidas sobre a doença e alerta sobre prevenção.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Galinha Pintadinha faz a alegria dos carioquinhas


Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Divulgação

Posso apostar: as mamães conhecem bem o fascínio que a Galinha Pintadinha exerce sobre os pequenos. E toda essa magia pode ser vista ao vivo e em cores (e que cores!) no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro.

O espetáculo musical faz temporada em terras cariocas até o dia 1° de julho e traz para o palco, além da personagem principal, o Galo Carijó, a Baratinha e sua banda Os Naftalinas, a Borboletinha, o Sapo e seus amigos do brejo e até Dona Chica - aquela que atirou o pau no gato. Para a apresentação foram escolhidas 12 músicas - já conhecidas da pequena turminha.

O Teatro das Artes fica no Shopping da Gávea. O endereço é Rua Marquês de São Vicente, 52, 2° piso, Gávea. Há espetáculos às 15 e às 17 horas, sempre aos sábados e domingos. A entrada custa R$70 e crianças até dois anos não pagam, desde que não ocupem assento. De dois a 21 anos, desconto de 50%. Ingressos online no www.ingresso.com.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Volta às aulas: cuidados com a mochila escolar

Por Carolina Mouta
Matéria para o blog O Baú da Criança
Imagem: Dreamstime

Iniciozinho das aulas! Época que os pequenos adoram! Rever os amigos, contar as novidades das férias... Para os pais, preocupação com o material escolar, uniforme e a nova mochila dos filhos. Essa, muitas vezes, tão esperada pelas crianças. No entanto, é preciso um certo cuidado na hora da escolha: bolsas muito pesadas e mal distribuídas podem causar dores e desvios por vício de postura e impacto na coluna.

Segundo informações do chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital e Maternidade Celso Pierro da PUC-Campinas, José Luis Zabeu, o material escolar não pode ultrapassar 10% do peso da criança. Em algumas escolas isso se torna praticamente impossível. São tantos caderno, tantos livros... A grande questão é que o excesso de peso ocasiona dores em toda extensão das costas e provoca vícios de postura.

O que também pode acontecer com o mau uso da mochila é o impacto na coluna. Para minimizar os danos, o médico aconselha que a criança utilize sempre os dois ompbros para carregar a bolsa. Outra boa dica é a mochila com rodinhas, desde que seja verificada a altura da criança e a regulagem da mochila. É importante sempre orientar o pequeno a mudar o braço que puxa, para evitar a escoliose.

Na hora de escolher a mochila, preste atenção em alguns detalhes:

-Alças acolchoadas ajudam a amortecer a pressão sobre os ombros;
-Bolsas com amortecedores para região dorsal e cinto ajudam a mantê-las junto ao corpo e protegem as costas;
-As mochilas com muitos bolsos e enfeites não são indicadas, pois podem aumentar o peso final.

Então, mamães e papais, beleza não é tudo! Cuidado é fundamental!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Seu filho está seguro em casa?

Por Carolina Mouta
Matéria para o site Bolsa de Mulher *
Imagem: Dreamstime


Num piscar de olhos aquele bebezinho que só ficava no colo começa a andar. Passinhos trôpegos logo darão lugar a um andar apressado e, às vezes, a uma corridinha. Quedas e tropeções são mais do que naturais nessa fase. No entanto, não é porque está em casa que seu filhote está em segurança. Já parou para pensar quantos perigos passam despercebidos no recesso do lar? Não? Então, se você é mamãe ou está prestes a entrar para o maravilhoso mundo da maternidade, está na hora de começar a pensar.

Estudos mostram que, pelo menos, 90% das lesões em crianças poderiam ser evitadas com simples atitudes de prevenção. Em meio às expedições de exploração, basta um segundo de distração do adulto para que a criança engula um brinquedinho, coloque o dedo na tomada ou escale o sofá em direção à janela. Até mesmo acidentes com arma de fogo podem acontecer. É preciso preparar a casa.

Alessandra Françoia, coordenadora nacional da Criança Segura, alerta que qualquer risco do ambiente doméstico, se subestimado, pode resultar em um acidente grave. E os dados do Ministério da Saúde provam que existem muitas crianças se acidentando por aí. A estatística mostra as principais causas de morte, mas nem sempre é possível identificar quais ocorreram dentro de casa.

Acidentes no trânsito encabeçam a lista de fatalidades, seguidos por afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações, acidentes com armas de fogo e outros, todos estes riscos comuns do ambiente doméstico. "Os números de mortes por acidentes de crianças até 14 anos, segundo DATASUS/Ministério da Saúde (2008), apresentaram-se da seguinte forma: acidentes de trânsito (1.971), afogamentos (1.360), sufocações (754), queimaduras (313), quedas (255), intoxicações (94), acidentes com armas de fogo (36) e outros (323). Foram 5.106 mortes no total. No caso das hospitalizações por acidentes, também de crianças de 0 a 14 anos, foram 109.241 no total, a maior parte delas por quedas (58.581 hospitalizações), posteriormente, acidentes de trânsito (10.874), queimaduras (15.007), intoxicações (3.963), sufocações (504), afogamentos (374), acidentes com arma de fogo (271) e outros (19.667)", diz Alessandra.

Conhecer as particularidades e diferentes características do desenvolvimento da sua criança é um bom caminho para compreender a incidência de determinados acontecimentos. É importante ressaltar que qualquer criança, independentemente de sua classe social, está vulnerável à ocorrência de um acidente.

Cozinha não é lugar de criança
Não é à toa que o velho ditado diz que cozinha não é lugar de criança. E não é mesmo! É um local no lar onde ocorre a maior parte dos acidentes domésticos, sejam queimaduras, cortes, incêndios, dentre outros. Junto com os banheiros e as escadas são os locais mais perigosos de uma casa.

Alessandra Françoia aconselha os pais a controlarem a entrada da criança na cozinha com a instalação de um portão ou grade de segurança. Caso o pequenino drible o esquema, toda atenção é pouca. A maioria das queimaduras com bebês, especialmente entre as idades de seis meses e dois anos, é causada por comidas quentes e líquidos derramados na cozinha. "As queimaduras representam os acidentes mais graves deste ambiente. Além das queimaduras, outros riscos também são comuns como intoxicações, pois a criança pode ter acesso a produtos de limpeza, e lesões com objetos cortantes como facas e garfos", orienta Alessandra.

Cuidado nos detalhes
Piores que os riscos aparentes podem ser os "perigos invisíveis" de uma casa, aqueles que existem, mas, normalmente, ninguém dá importância, até que algo acontece. Pequenos objetos - aparentemente inofensivos - espalhados pela casa também podem causar sufocação. Portanto, guarde bem os sacos plásticos, embalagens de presente. Até pedacinhos de comida podem apresentar perigo. Observe um tamanho seguro para oferecer o alimento ao seu bebê. A sufocação ou engasgamento está no topo da lista entre os acidentes (com morte) de crianças de até um ano.

O afogamento é a segunda causa de morte entre todos os acidentes com crianças de um a 14 anos, no Brasil. É importante salientar que os perigos não estão apenas nas águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco. Assim, elas podem se afogar em piscinas, cisternas e até em baldes, banheiras e vasos sanitários. E fique sabendo: a primeira causa de afogamento com crianças é a falta de supervisão, geralmente por questão de segundos. Não confie na sua rapidez. "Um balde deixado ao alcance da criança com apenas três dedos de água pode significar risco sério de afogamento. Por curiosidade, a criança de até quatro anos pode colocar a cabeça dentro do recipiente e, por ter essa parte mais pesada que o resto do corpo, pode não conseguir mais voltar e acabar afogando em pouca quantidade de água", exemplifica. Por isso, piscinas devem ter grades e o pequeno precisa estar sempre sob o olhar atento de um adulto. Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos responsáveis. Um mero descuido basta para que um afogamento ocorra.

Além do perigo de afogamento, um simples banho de banheira, sem que o responsável tenha antes testado a temperatura da água, pode ocasionar sérias queimaduras. Esse tipo de lesão tende a ser mais grave que a ocasionada pelo derramamento de algum líquido quente pois cobre uma porção maior do corpo. Mas não é por isso que você vai deixar de tomar certos cuidados na hora de cozinhar: os cabos da panela devem estar sempre voltados para dentro. Isso evita que a criança puxe a panela e entorne o líquido.

Quedas de janelas são frequentes. Investir em telas de proteção e grades de segurança evitará que o seu super-homem tente sair voando. As escadas também são vilãs e abocanham boa parte das lesões. Grades e portas fechadas podem diminuir os riscos. Cuidado também com as camas: crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha, coloque grades de proteção nas laterais. E cinto de segurança não é só para a cadeirinha do carro, não, viu? O dispositivo existe nos carrinhos e nos cadeirões de refeição e precisa ser usado. Bebês, ansiosos por explorar o mundo, querem ficar de pé sob os assentos e, sem o cinto, a queda é certa.

Intoxicações com medicamentos e produtos de limpeza também representam grande risco. Crianças com até dois anos de idade correm maior risco de um envenenamento não intencional já tudo o que consideram interessante levam à boca. Ainda mais se é algo colorido como muitos desinfetantes. Plantas podem ser venenosas. Portanto, verifique se as suas são seguras e ensine as crianças a não colocá-las na boca ou utilizá-las para fazer comidinhas, por exemplo. Brinquedos merecem atenção redobrada. Além de não conterem peças pequenas, que possam ser engolidas, os pais devem se preocupar com o material da composição é atóxico. As tintas do berço e da parede de sua casa podem conter substâncias como chumbo e monóxido de carbono, que fazem mal à saúde da criança. Por isso preste atenção à composição das tintas utilizadas em sua residência. A fumaça de cigarros, cosméticos e até vitaminas pode ser responsáveis pelo envenenamento de bebês, sabia? Fique esperta.

Não subestime seu filho em relação às armas de fogo. Crianças de três anos de idade são fortes o suficiente para puxar o gatilho de muitos revólveres. Já está comprovado que o acidente ocorre porque até oito anos de idade as crianças não conseguem distinguir entre armas reais e de brinquedo. Quase todos os tiros fatais não intencionais ocorrem em casa ou na vizinhança. A maioria dessas mortes envolve armas guardadas carregadas e acessíveis para as crianças.

Quartinho seguro
Bebês, mesmo pequeninos - quando ainda nem engatinham - correm riscos em casa. Para manter as possibilidades bem longe da sua preciosidade, monte um quartinho à prova de qualquer acidente.

Para começar, dê atenção especial ao lugar onde o bebê vai dormir. "Bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do peito com lençol ou manta presos embaixo do colchão e os bracinhos para fora. O colchão deve estar bem preso ao berço - não mais que dois dedos de espaço entre o berço e o colchão - e sem qualquer embalagem plástica", ensina Alessandra. Brinquedos, travesseiros e objetos macios devem ser removidos do berço quando o bebê estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia.

O berço em si deve ter certificação do Inmetro, conforme as normas de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para evitar que o bebê prenda os bracinhos, as pernas ou se machuque, as grades devem ser fixas e não podem ter mais que seis centímetros de espaçamento. As cortinas e persianas também merecem atenção. Nada de cordinhas penduradas. Isso reduzirá o risco de estrangulamento.

Casinha segura
Está em dúvida se a sua casa é segura para o seu bebê? Veja o guia preparado pela coordenadora nacional da Criança Segura, Alessandra Françoia:

- Deixe baldes e banheiras longe do alcance da criança, guardados virados para baixo;
- Feche vasos sanitários e impeça o acesso da criança a máquinas de lavar louças;
- Tire objetos pequenos como botões, moedas e clipes do alcance da criança;
- Observe se os brinquedos entregues a criança possuem partes pequenas que podem se soltar, se são adequados para a idade da criança e se possuem selo do INMETRO;
- Corte os alimentos em partes bem pequenas na hora de alimentar a criança;
- Use protetores de tomadas e evitar fios elétricos soltos que podem ser alcançados pela criança;
- Cozinhe nas bocas de trás do fogão e evitar o acesso da criança à cozinha. Não cozinhe com a criança no colo e evitar deixar líquidos quentes em cima de mesas e móveis com toalhas que a criança possa puxar;
- Cuidado com eletrodomésticos ligados que a criança possa ter acesso: ferro de passar roupas, aquecedores, secador e chapinha de cabelos;
- O álcool, muito utilizado nos lares para limpeza, deve ser evitado e substituído por outros produtos;
- Escadas devem ser protegidas com portões de segurança;
- Janelas e sacadas devem possuir redes ou grades de segurança;
- Cuidado com móveis que podem ser escalados pela criança ou que podem potencializar um acidente. Ex: um móvel abaixo da janela;
- Medicamentos devem ser armazenados em armários trancados para que a criança não tenha acesso;
- O mesmo com produtos de limpeza, inseticidas e qualquer outro produto tóxico;
- Pesquisa se as plantas de sua casa podem ser tóxicas;
- Armas de fogo: o ideal é não tê-las em casa, mas se for necessário, devem ser armazenadas em locais que a criança não possa chegar, trancadas, separando-se a arma da munição;
- A supervisão do adulto em todo momento também é essencial para garantir a segurança da criança.

Mais dicas no endereço eletrônico da organização Criança Segura.
* O texto pode ter sofrido modificações

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cortando as unhas dos bebês

Por Carolina Mouta
Matéria para o site Bolsa de Bebê *
Imagem: Dreamstime

Toda vez é a mesma coisa: seu filho tem garras de gavião e não te deixa cortar. A pirraça, normal a partir de um ano de idade, não dá trégua e o chororô começa quando, desejando ser um polvo, você o envolve com braços e pernas na tentativa de fazê-lo parar de se debater e, ao mesmo tempo, alcançar as mãos e conseguir aparar as unhas do filhote. Ufa! Praticamente uma operação de guerra. Mas, de acordo com especialistas não é necessário nada disso. Cortar as unhas pode ser simples. Quer ver?

Quando nascem, as crianças têm a unha mais mole, semelhante a uma pele endurecida, por isso são necessários alguns cuidados para prevenir inflamações e ferimentos. Para começar, você precisa criar o melhor momento. Tem que ser uma hora em que tudo esteja muito tranquilo. "Isso varia muito de criança para criança. Pode ser durante o sono pesado, quando está mamando ou distraída com alguma coisa", ensina a podóloga Mildre Buorlo, que orienta os pais a não insistirem no caso da criança abrir o berreiro. "Nesse caso, tente cortar por etapas. Assim ela acaba acostumando sem deixar traumas", diz.

Momento criado, estabeleça uma rotina. "Corte sempre no mesmo período no dia, associe a algo que a criança goste muito de fazer como uma brincadeira, um livro, um desenho. Dessa forma, toda vez que a mãe usar um desses métodos, a criança irá associá-lo ao corte de unha", orienta Mildre.

É necessário utilizar o equipamento correto e que seja só de uso da criança. Prefira tesourinhas pequenas e de bico redondo. "O famoso cortador de unha não é muito aconselhável para bebês, pois a unha é tão pequenina que o cortador pode acabar machucando o dedo da criança", avisa a podóloga. Mas tudo vai da adaptação da mamãe. Já existem no mercado alguns cortadores com lupa, que facilitam a visualização. E nada de cortar a unha muito curta ou arrancar pedacinhos ou peles. "Corte sempre em linha reta e não deixe muito rente. Nunca cutuque as laterais, pois não há necessidade", aconselha Mildre.

Normalmente, já nos primeiros dias de vida, o bebezinho deve ter as unhas cortadas. "A criança já nasce com a unha comprida. Às vezes o primeiro corte é feito dentro da própria maternidade pelas enfermeiras", observa a especialista. No entanto, se a mamãe fizer questão de realizar a façanha, a enfermeira Mariana de Simone aconselha: "Coloque uma luvinha na mãozinha do bebê até que esteja realmente segura para desempenhar essa função. A unha do bebê parece um papelzinho e fica bem grudadinha na pele do dedinho e, com isto, o risco de machucar a criança é grande", ressalta. As unhas podem ser cortadas a qualquer momento em que estiverem compridas. No geral, as unhas das mãos crescem mais rápido e são cortadas toda semana. Já as dos pés demoram cerca de quinze dias para crescer.

Quando detectam algum problema nas unhas dos bebês as mães costumam levá-los ao pediatra, que encaminha a criança para tratamento. O importante é que, ao menor sinal de inflamação, a mamãe procure atendimento profissional. "Se os dedinhos estiverem com inchaço, vermelhidão ou com infecção é aconselhável não mexer", aconselha a podóloga Yumi Ikeda.

Unha Encravada
Muitos bebês já nascem com unhas dos pés encravadas e, se não for realizado um corte correto, sofrerão sempre com o problema. Isso acontece porque um pedacinho de unha incrusta na pele aí já viu... “Isso acontece porque a pele forma uma barreira ao seu crescimento e, como a unha não para de crescer e é mais dura, ela penetra na pele podendo causar dor e ate inflamação", esclarece Mariana de Simone.

Quando não trazem a unha encravada do útero, um momento bastante propício para o aparecimento delas é quando os bebês começam a engatinhar. Aí é atrito pra cá, atrito pra lá: lascam, quebram e ferem as unhas. Outras estripulias do bebê também podem ocasionar o problema. "Chutes no berço e carrinhos podem gerar pequenos traumas que venham a se transformar em uma unha encravada", alerta Yumi Ikeda.

Mamães podem ter sua parcela de culpa na história: macacões com pezinho ocasionam traumas e meias e sapatos apertados costumam ser vilões. A genética também pode influenciar. "Nas unhas da mão é muito mais difícil acontecer. Quando acontece pode ser por problema de má formação, corte incorreto ou acidentes", diz Mildre Buorlo.

O que fazer se o pequeno está com o esse "probleminha"? Primeiro, é necessário identificar o porquê daquela unha encravada. Observe se o sapatinho está apertado, se o macacão com pé está pequeno e fazendo pressão nos dedos, se as meias têm costuras grossas ou se o corte está incorreto. Massagear os dedinhos utilizando um creme ou óleo pode ser uma excelente opção. "Isso dá um alívio na pressão do dedo sobre a unha, fazendo com que aquele momento seja muito prazeroso para a criança", ensina Mildre, que alerta: "A massagem deve ser feita com cuidado, bem de leve, com movimentos circulatórios ou escorregando os dedos para cima e para baixo. Nunca massageie com força em cima da unha pois, como a criança está em fase de crescimento, pode ser que afete a formação da mesma", finaliza.

Passo a passo
Não tem como fugir! As mamães precisam se preparar para o corte das unhas dos seus filhotes. A dica é manter a calma e seguir conselhos de quem entende do assunto.
- Esteja segura para este momento, fique tranquila, não deixe que a criança perceba que você é novata neste caso;
- Ache o momento da criança, cada criança tem o seu;
- Procure fazer isto durante o dia e em local de muita luminosidade;
- Ache um lugar confortável, pegue apetrechos para distrair a criança;
- Lave bem as suas mãos;
- Tenha um cortador ou tesourinha de ponta arredondada exclusivo para esta função. Os acessórios para cotar as unhas deverão estar bem limpinhos;
- Segure bem firme o pezinho ou a mãozinha e em seguida, pegue com firmeza o dedinho da criança separando-o dos demais;
- Concentre-se em um dedo por vez;
- Empurre a ponta do dedo para baixo deixando a unha (parte branquinha) mais acessível;
- Corte sempre reto, sem mexer nas laterais. NUNCA cutuque os cantinhos das unhas;
- Cuidado para não cortar muito, pois o local incomodará a criança;
- Deixe o dedão sempre por último. Pode ser que seja mais complicado;
- Se algum acidente acontecer, lave imediatamente o dedinho da criança com água corrente em abundancia e sabão.

* O texto pode ter sofrido modificações

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Todo ponto de vista é a vista de um ponto"

Por Erika de Souza Bueno *


Antes de formularmos e manifestarmos quaisquer pensamentos, conceitos ou preconceitos a respeito de algo ou alguém, é interessante atentarmos para a célebre frase de Leonardo Boff que intitula o presente artigo e que faz parte de seu livro A Águia e a Galinha.

Isto porque todos enxergam o mundo e elaboram seus pontos de vistas (conceitos) de acordo com o ponto em que estão, seja este ponto real e concreto ou imaginário ou subjetivo. Como Boff mesmo disse no livro citado, a cabeça pensa de acordo com o lugar onde pisam os pés; por isso, nós, pais e professores, precisamos fazer dos nossos lares e escolas lugares onde todos tenham igualdade de condições.

A escola e a casa devem ser lugares em que a criança aprenda desde cedo a pluralidade do mundo, dentro da qual situações e circunstâncias sempre contribuem para determinado condicionamento de pessoas. As nossas escolas precisam ser locais que permitam a criança ler e interpretar a realidade com um olhar amplo, sem preconceitos que geram atitudes de intolerância e até violência.

Como são e estão os nossos olhos? Estão fechados apenas em nosso mundo? São e estão abertos para compreender e respeitar a realidade do outro, assim como suas experiências e contradições?

Torna-se cada vez mais importante ampliarmos nossa visão de mundo diante daquilo que já nos é comum, ou seja, para além daquilo que nos é comum e confortável. Temos que atentar para situações de injustiça e violência que provocam dores e lágrimas em pessoas que nos são alheias. Precisamos romper as fronteiras de nossa confortável realidade e deixar de ser indiferentes à dor do próximo.

É preciso respeito ao que se apresenta de maneira diversa daquilo que estamos acostumados dentro do nosso universo particular, pois as diferenças são riquezas que nos completam e nos fazem cada vez mais próximos da plenitude da vida e do amor. Na sala de aula, uma das possíveis causas de tantos dissabores possivelmente seja o fato de que as diferenças entre a realidade do professor e a do aluno não estão sendo respeitadas e compreendidas pelos envolvidos no processo.

Para se ter um bom relacionamento com o aluno, o professor não precisa anular o que julga ser correto e aceitável. Não, de forma nenhuma. Da mesma maneira, é preciso fazer chegar ao conhecimento do aluno que ele não precisa ser como o professor ou seus pais, ainda que estes precisem adotar um comportamento de exemplo do que ensina e transmite, tanto em casa como em sala de aula. Tanto professores e pais quanto alunos podem viver em harmonia mesmo sendo tão diferentes uns dos outros.

É fundamental compreendermos que, assim como acontece conosco, os pontos de vistas do nosso aluno advêm do lugar onde ele está inserido e da situação que ele está vivendo - ou por algum motivo acredita que está vivendo. Às vezes, os problemas que o aluno apresenta como causas de seu mau relacionamento com o outro e consigo mesmo são pequenos e insignificantes para seus pais e professores, mas nem por isso devem ser desconsiderados, pois é a maneira como o mundo está sendo lido e interpretado por esse filho e aluno, uma vez que “cada um lê com os olhos que têm”.

Nossa missão é ampliar a capacidade de percepção do mundo de cada um de nossos filhos e alunos, contribuindo para a construção coletiva de uma sociedade mais justa e igualitária para todos, diminuindo, desta forma, a rivalidade e o preconceito que só nos impedem de melhorar nosso papel de pais e professores de jovens tão ávidos por ser compreendidos, exercendo maior compreensão.

* Erika de Souza Bueno é Coordenadora-Pedagógica do Planeta Educação e Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Professora e consultora de Língua Portuguesa e Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família.